segunda-feira, 19 de setembro de 2011


História da Fotografia - Parte III

A fotografia em cores

   
    Um dos "problemas" iniciais da fotografia (em preto e branco) era a sua sensibilidade às cores, ou seja, o modo como a cor do tema ao fotografar era "descodificado" na escala que vai do branco ao preto passando pela gama de cinzento.

Desde a década de 40 do Séc. XIX já existia a preocupação em melhorar a sensibilidade às cores dos filmes preto e branco. 


Em 1873 Hermann W. Vogel, foto-químico alemão, descobriu do processo de sensibilizar o brometo de prata às radiações verdes e amarelas e em 1884, também às cor de laranja e vermelhas. Este processo, denominado sensibilização óptica, deu origem em 1873 às primeiras placas ortocromáticas (sensíveis a todas as radiações, excepto ao vermelho e hipersensíveis à radiação azul).

Ficaram assim lançadas as bases para a realização da fotografia a cores.

James Clerk Maxwell - 1861. Esta é considerada a primeira a cores.

    Em 1869 Louis Ducos du Hauron editou um livro chamado "As cores em Fotografia", em que teorizava que a partir da teoria da síntese aditiva das cores se poderia chegar à fotografia colorida. Este processo seria constituído por uma trama de finas linhas de cores primárias que separadas correctamente das complementares, originariam todas as cores da natureza. No entanto, até à invenção do filme pancromático (sensível a todas as cores) no início do séc. XX, as placas utilizadas nessas experiências não eram sensíveis a toda a banda do espectro de radiação, pelo que as tentativas não tiveram sucesso.

Ducus du Hauron - 1872
   
Em 1894 o irlandês John Joly realizou uma trama semelhante à de Ducos du Hauron, mas sobre uma placa de vidro coberta de gelatina. A falta de sensibilidade das placas utilizadas ainda não permitiu fotografias com grande definição.

O primeiro material a cores comercialmente realizável fundado neste princípio, uma placa de cores denominada autochrome, foi inventado em França pelos irmãos Lumiére ("inventores" do cinematógrafo). As placas autochrome  em vidro apresentavam uma trama selectiva composta por minúsculos grãos de amido de batata com as três cores primárias, coberta com uma camada muito fina de pó negro para preencher os interstícios que pudessem deixar passar a luz. Sobre esta trama, era colocada uma camada de emulsão pancromática de brometo de prata. O resultado era um positivo transparente que teve sucesso imediato devido à melhor sensibilidade à cor e à sua relativa facilidade de revelação.

Apesar destes melhoramentos, as pesquisas de outros processos coloridos continuaram, pois a reprodução da cor ainda era pouco natural.

Louis Lumiére - 1907
  
As teorias de Ducos du Hauron deram assim origem a processos de subtração de cores. As experiências baseadas nesta teoria levaram à construção de um aparelho que obtivesse três negativos a cores, assim como ao melhoramento dos processos de sobreposição de três positivos complementares. Frederick Ives contribuiu de um modo importante para estas experiências, com a invenção de uma máquina Tripak  que foi comercializada em 1914 com o nome de Hicro Universal.

Frederick Ives - 1892 - Câmara Tripak

Em 1935 a Eastman-Kodak lança o Kodachrome, que foi o primeiro filme Tripak comercializado, primeiro como película para cinema, em 1938 sob a forma de filme plano (diapositivo) e em 1941 em filme negativo Kodacolor.

Em 1946 a mesma Eastman-Kodak comercializa o Ektachrome, filme a cores cuja particularidade era que podia ser revelado por qualquer pessoa em câmara escura.

Kodachrome - Original 1936

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